terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


TRANSTORNO BIPOLAR, as duas faces do humor
Há dias em que a euforia bate no céu. Em outros a depressão leva ao fundo do poço. A novidade sobre essa gangorra de emoções é que os cientistas confirmam a suspeita de que uma molécula presente no cérebro e no sangue pode apontar a predisposição para a doença (sim, é doença!) com boa margem de segurançaÉ como levar uma vida dupla.
Uma hora a euforia toma conta e leva o organismo ao seu limite de excitação, até mesmo sexual. É energia que não acaba mais, a ponto de o sono tornar-se quase desnecessário. Perdese a capacidade de julgamento e a autocrítica e há quem se torne irritadiço. Para descrever esse estado de ânimo os médicos utilizam o termo mania. Ela é um dos extremos de uma doença caracterizada por uma profunda instabilidade de humor, o qual oscila entre esse estado eufórico intenso e o seu oposto, a depressão.Para os portadores do transtorno bipolar doença que há poucos anos era conhecida como psicose maníaco-depressiva , encontrar o equilíbrio entre as duas pontas das emoções radicais é como tentar andar sobre um terreno movediço. "É o pessoal do oito ou 80", resume o psiquiatra Diogo Lara, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e autor de Temperamento Forte e Bipolaridade. "Diferentemente de quem tem um humor saudável, os que sofrem desse transtorno não costumam ser previsíveis ou flexíveis nem respondem com proporcionalidade aos estímulos." Acredita- se que 1% da população mundial conviva com o tipo 1 da doença, considerado o mais grave.Pode até parecer pouco, mas na verdade o transtorno bipolar é um tormento para muito mais gente. Estima-se que cerca de 5% das pessoas tenham instabilidades de humor em algum grau. Feitos os cálculos, os brasileiros alterados somam aproximadamente 9 milhões. Muitos deles nem sabem do próprio distúrbio. Outros, ainda pior, são tratados da maneira errada. "Nesse caso o diagnóstico costuma ser esquizofrenia ou simplesmente depressão", conta o psiquiatra Jair Soares, chefe da Divisão de Transtornos do Humor e Ansiedade da Universidade do Texas em San Antonio, nos Estados Unidos.Sabe-se que essa é uma doença em grande parte determinada pelo histórico familiar. Uma criança que tem um dos pais com transtorno bipolar apresenta uma probabilidade de 15% a 20% de manifestar o mesmo problema. Um estudo, realizado com gêmeos idênticos, mostrou ainda que, se um deles tem a doença, o risco de o outro também vir a ser uma vítima é de 80%.A mais recente descoberta sobre a origem do mal vem de um grupo de pesquisa do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. Os cientistas andavam em busca de uma pista sobre a relação entre o transtorno bipolar e a molécula BDNF (sigla em inglês para fator neurotrófico derivado do cérebro), cuja atuação na memória já era bem conhecida. As evidências dessa ligação ficaram muito claras em seu estudo.
O trabalho mostrou que os bipolares têm menos BDNF no sangue do que as pessoas normais. "E notamos que, quanto menores os teores no sangue, maior a gravidade da doença", revela um dos autores do trabalho, o psiquiatra Flávio Kapczinski, responsável pelo Laboratório de Psiquiatria Experimental do hospital gaúcho. Como os níveis dessa molécula são ditados pela genética, a esperança é de que ela possa vir a ser um marcador da doença. O teste ainda é experimental, mas deverá se tornar rotina médica nos próximos anos.Igual a todo distúrbio da mente humana, porém, a bipolaridade também é determinada pela maneira como lidamos com as adversidades. "Muitas vezes podese até herdar o gene que leva a uma predisposição, mas, sem um evento estressante, o transtorno não se desenvolve", afirma o psiquiatra Beny Lafer, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do grupo de pesquisa em transtorno bipolar do Hospital das Clínicas da capital paulista. "Em caso de estresse emocional ou abuso de drogas, os riscos ficam de quatro a cinco vezes maiores."O problema geralmente dá as caras no final da adolescência e no início da vida adulta, mas a meninada menor também é alvo. Na infância, aliás, não raro ele é confundido com distúrbio do déficit de atenção e hiperatividade. "Crianças diagnosticadas assim, mas que não respondem ao tratamento, podem ter na realidade o transtorno bipolar", garante Jair Soares. Descobrir a doença cedo e controlá-la o quanto antes ajuda seu portador a levar uma vida normal. É o que você verá nas páginas seguintes.As oscilações do humor podem ser trágicas. Uma depressão prolongada, daquelas que chegam a durar meses ou mesmo anos, muitas vezes são o estopim de uma tentativa de suicídio. No outro extremo, o da mania, algumas semanas de crise são suficientes para pôr toda uma vida a perder. Relações são desfeitas e o dinheiro economizado por décadas, torrado em poucos dias. Não precisa ser assim. O.k., não há cura para o transtorno bipolar mas, como outras doenças crônicas, trata-se de um mal controlável.Em casos de bipolaridade, os remédios conhecidos como estabilizadores do humor são fundamentais para o tratamento do tipo 1 e para alguns pacientes do tipo 2, como os médicos chamam uma forma mais moderada do transtorno. Qualquer que seja o tipo, porém, o maior problema costuma ser a resistência do paciente a tomar os medicamentos. Um dos motivos está nos efeitos colaterais. O lítio, por exemplo, que ainda é uma das drogas mais usadas, pode provocar ganho de peso, tremores, aumento do apetite e retenção de líquido um sufoco que, parece, as mulheres têm ainda mais dificuldade para enfrentar. "Mesmo assim, os benefícios são muito maiores do que os efeitos colaterais", opina Beny Lafer, da USP.No entanto, é bom que fique claro: nenhum remédio, sozinho, opera milagres. Ele pode restaurar o equilíbrio químico dentro do cérebro, mas e as emoções? Hoje, até os cartesianos mais ferrenhos já deixaram de considerar a mente e o corpo como estruturas absolutamente separadas. No caso do transtorno bipolar, diga-se, estão intimamente ligadas. E é aí que entra a psicoterapia, como peça fundamental do tratamento dos bipolares. "Aliás, não se trata de uma doença mental apenas, mas um mal sistêmico que afeta o indivíduo como um todo. Esse paciente requer uma equipe multidisciplinar", defende Flávio Kapczinski.Prova disso é que, em uma das pesquisas realizadas pela equipe de Kapczinski, descobriu-se que os pacientes bipolares têm no cérebro uma quantidade menor de enzimas antioxidantes em comparação com o resto da população. Essas substâncias são essenciais para a manutenção da saúde ao evitar mutações genéticas que podem dar início ao câncer, por exemplo. "Não é por acaso que os bipolares têm maior incidência de morte por tumores, doenças cardiovasculares e diabete", acredita o psiquiatra. "Estamos em busca de métodos que permitam aos pacientes ficar livres não só das alterações do ânimo, mas de outros danos."Doença do corpo e da mente, a bipolaridade também pode se enquadrar em outra categoria, a de doença social. Afinal de contas, muitas vezes não é o transtorno em si o que mais preocupa os pacientes, mas a reação das outras pessoas. Em outras palavras, é preconceito mesmo. E contra isso muitas vezes o melhor antídoto é fazer parte de um grupo. "O convívio social faz parte da terapia porque o doente discute situações comuns a todos os portadores. E um ajuda o outro", conta Silvio Esteves, presidente da Stabilitas, organização que reúne cerca de 400 bipolares em Porto Alegre. Ora, se a vida é dupla e a doença é tripla, a conta só fecha porque as soluções são múltiplas.O SOBE-E-DESCE DAS EMOÇÕESAs fases eufóricas são chamadas de mania. As mais brandas, de hipomania. Podem durar de alguns dias até longos meses, assim como as fases da depressão. No gráfico abaixo, repare que, quanto mais perto do centro, mais equilibrado é o humor.

QUESTIONÁRIO AUTO-APLICATIVO PARA AVALIAR TRAÇOS DE BIPOLARIDADE


Você pode ser bipolar?

Responda às perguntas abaixo e descubra se você tem algum grau de bipolaridade

1. Você se considera com muitos altos e baixos de humor?

2. Precisa estar sempre fazendo algo ou buscando coisas novas?

3. Já teve vários momentos de apatia ou tristeza sem motivo aparente?


EM COMPARAÇÃO COM OUTRAS PESSOAS VOCÊ...


1. ...já ficou muito alegre e radiante ou irritável sem motivo aparente?

2. ...já teve fases com muitos planos, falando mais rápido, alto e bastante?

3. ...já se arriscou demais em alguns momentos?

4. ...já teve fases ou dias de se vestir de um jeito bem mais chamativo?

5. ...gasta mais dinheiro com prazeres, futilidades ou aparência?

6. ...apresenta mais dificuldade para manter as coisas em ordem e tende à dispersão?

7. ...já teve impulsos exagerados em relação a comida, drogas, sexo ou compras?

8. ...já teve momentos de maior confiança em que se sentiu muito especial?

9. ...muda de planos e objetivos com extrema facilidade?

10. ...demonstra instabilidade profissional ou nos relacionamentos afetivos?

11. ...tende a se magoar ou a se irritar quando alguém o critica ou desagrada?


RESULTADO:


Se você marcou de uma a três respostas "sim", é pouco provável que tenha algum grau de bipolaridade.

De quatro a sete respostas "sim", é provável que você tenha algum grau de bipolaridade.

Oito ou mais respostas "sim" indicam que é muito provável que você tenha algum grau de bipolaridade.


Reflita e, se for o caso, procure ajuda.


REVISTA ABRIL SAÚDE, ABRIL 2006.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Distúrbios de Aprendizagem pode indicar doença física.


Notas baixas, falta de vontade de ir à escola, apatia, vontade de ficar na cama e não ir à aula - deve ser interpretado por pais e educadores como aquela luzinha amarela que acende no painel do nosso carro sempre que a gasolina ou o óleo está acabando...Nesses casos, torna-se urgente que se faça uma avaliação da criança com profissional especializado em transtornos que cursam com prejuizo no rendimento escolar. Epilepsia, TDAH, Transtorno Bipolar, Depressão Maior, Ansiedade de separação, entre outros, podem ser apenas alguns dos transtornos que essas crianças podem estar apresentando e que precisam de diagnóstico e tratamento precoces. O desempenho insatisfatório na escola pode estar ligado a problemas mais sérios do que a simples falta de interesse pelos livros. Existem distúrbios que podem comprometer a aprendizagem de crianças e adolescentes em idade pré-escolar e escolar. Epilepsia, Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Dislexia e Depressão estão entre os transtornos mais comuns relacionados ao fracasso de jovens no colégio.

QUE É O TDAH?

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).

Fonte:

1- Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), pelo site http://www.tdah.org.br/.




A epilepsia é um distúrbio do cérebro que se expressa por crises epilépticas repetidas, que podem ter como causa uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose ("ovos de solitária" no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas, de drogas, entre outros. Fonte: Associação Brasileira de Epilepsia, pelo site www.epilepsiabrasil.org.br.Vale a pena lembrar que portadores de Epilepsia cursam muito frequentemente com sintomas de TDAH e que precisam ser tratados com o metilfenidato assim que as crises convulsivas estiverem controladas pelos medicamentos anti-convulsivantes.Definida como um distúrbio ou Transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o problema de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 10% e 15% da população mundial é disléxica. A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico do doente.Fonte: Associação Brasileira de Dislexia, pelo site www.dislexia.org.br. É inadmissível que hoje em dia nós, especialistas em Saúde Mental da infancia e adolescencia deixe passar uma criança portadora de TDAH sem que ela receba o diagnóstivo correto.

10 estratégias para melhorar a vida do seu filho com TDAH




10 estratégias para melhorar a vida do seu filho:

1- quando estabelecer regras, faça-as de modo simples e específico e escreva-as em post-its em locais de fácil visão para o seu filho.
2- recompensas objetivas e que façam sentido, geralmente funcionarão melhor para o seu filho – e elas não podem ser em excesso.
3- dê feedback com freqüência, para que eles saibam como estão indo.
4- ajude seu filho a mudar de modo suave e gradativo, planejando com antecedência as atividades que virão posteriormente.
5-mantenha o senso de humor e seja paciente: com humor, você terá condições de evitar conflitos.
6- fique atento a todas as oportunidades para elogiar e fazer reforços positivos sempre que seu filho fizer algo corretamente. Mas tenha cuidado para não exagerar por conta de pequenos acertos, pois ele vai perceber, não se iluda.
7- tenha sempre em mente que você está lidando com uma condição médica que seu filho tem e não uma falha de caráter.
8- nas horas de impor disciplina, não fale muito nem seja “mole” – responda com clareza e ação apropriada.
9- espere que seu filho tenha dias bons e dias ruins.
10- lembre-se que culpar o seu filho, ou você mesma ou seu marido não vai ajudar em nada. Todos vocês estão juntos, “no mesmo barco”, e fazendo o melhor que podem.

QUESTIONÁRIO AUTO-APLICATIVO PARA AVALIAR SUAS CHANCES DE ESTAR DEPRIMIDO

Avalie o seu risco para Depressão:
by WebMD's editorial staff

Quais são as suas chances de estar deprimido?

A Depressão afeta as pessoas de modo diferente. Alguns, choram muito e ficam muito tristes. Outros, ficam irritados, mau-humorados ou ansiosos. Ainda tem os que manifestam a depressão através de sintomas físicos vagos e inespecíficos como dores musculares, prisão de ventre, dor de cabeça e outros.
Reflita sobre como você tem se sentido nas últimas duas semanas. Quais, dentre as afirmativas abaixo, melhor descrevem você?

1- eu me sinto triste e pra baixo na maior parte do tempo.
Sim=
Não=

2- eu perdi o interesse nas atividades que antes eu gostava.
Sim=
Não=

3- eu me sinto cansada a maior parte do dia.
Sim=
Não=

4- eu tenho problemas para dormir. Ou eu durmo muito ou passo a noite em claro.
Sim=
Não=

5- meu apetite mudou. Eu não estou comendo o suficiente ou eu estou comendo demais.
Sim=
Não=

6- eu estou com problemas para me concentrar.
Sim=
Não=

7- meus amigos me dizem que eu estou diferente. Eu tanto estou ansioso como inquieto ou letárgico.
Sim=
Não=

8- eu me sinto desesperançosa e inútil e sem nenhum valor.
Sim=
Não=

9- eu estou tendo enxaquecas freqüentes, problemas gástricos, musculares, dores no corpo ou na coluna.
Sim=
Não=

10- eu tenho pensado muito em morrer.
Sim=
Não=

Envie os seus resultados:

1) através do espaço para comentários
OU
2) clicando no link que se encontra acima do texto,

e eu lhe enviarei a resposta de quais são as suas chances de estar sofrendo de Depressão Maior.
bjs
Evelyn Vinocur


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009




12/02/2009


Atividade mental altera mecanismos biológicos do cérebro
Redação do Diário da Saúde


Dr. Torkel Klingberg, que coordenou a pesquisa que demonstra que a mente também altera o cérebro em termos biológicos
Mente altera cérebroPesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, demonstraram pela primeira vez que o treinamento ativo da memória de trabalho resulta em alterações visíveis no número de receptores de dopamina no cérebro humano.O estudo, publicado na revista Science, foi feito com o auxílio de imagens captadas por Tomografia por Emissão de Pósitrons, uma técnica utilizada em medicina nuclear capaz de revelar as complexas interconexões entre a cognição e a estrutura biológica do cérebro."Não é apenas a bioquímica do cérebro que serve de base para nossa atividade mental; nossa atividade mental e nossos processos de pensamento também podem afetar a bioquímica," diz o professor Torkel Klingberg, que coordenou o estudo. "Isto não havia sido demonstrado em humanos antes, e abre uma enxurrada de questões fascinantes."Funcionamento da memóriaO neurotransmissor dopamina desempenha um papel fundamental em muitas das funções cerebrais. Interrupções no sistema de dopamina pode prejudicar o funcionamento da memória de trabalho, tornando muito mais difícil para se lembrar de informações por um período curto de tempo, como quando se está tentando resolver um problema.Já se comprovou que uma memória de trabalho deficiente é um importante fator no surgimento de problemas cognitivos em doenças como a esquizofrenia e o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (ADHD).O professor Klingberg e seus colegas já haviam demonstrado anteriormente que a memória de trabalho pode ser melhorada com algumas poucas semanas de treinamento intensivo.Treinamento ativa o cérebroAgora, em uma colaboração com o Instituto de Cérebro de Estocolmo, os pesquisadores deram um passo adiante. Ao monitorar o cérebro usando a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET Scan) eles confirmaram que o treinamento intensivo do cérebro leva a alterações no número de receptores D1 de dopamina no córtex cerebral.A Tomografia por Emissão de Pósitrons é uma técnica de imageamento médico baseada no decaimento de isótopos radioativos que é capaz de produzir imagens tridimensionais do movimento de substâncias sinalizadoras no interior de um organismo vivo.Importância dos resultadosOs resultados terão importância significativa para o desenvolvimento de novos tratamentos para pacientes com deficiências de aprendizado, tais como aquelas relacionadas com o déficit de atenção e hiperatividade, derrames cerebrais, síndrome da fadiga crônica e mesmo as perdas cognitivas associadas ao envelhecimento."Somente as alterações no número de receptores de dopamina em uma pessoa não nos dão todas as chaves para explicar uma memória fraca," diz Lars Farde, outro pesquisador que participou do estudo. "Nós também temos que verificar se as diferenças poderiam ter sido causadas por uma falta de treinamento da memória ou por outros fatores ambientais. Talvez nós sejamos capazes de encontrar novos tratamentos, mais eficazes, que combinem medicações e treinamento cognitivo. Neste caso, nós estaremos em um território extremamente interessante," diz Farde.

TDAH - Vídeo sobre principais sintomas - Dra EvelynVinocur

TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Principais Sintomas

TDAH E O INSUCESSO NA ESCOLA


TDAH E O INSUCESSO NA ESCOLA

Entre o ensinante e o aprendente abre-se um campo de diferenças onde se situa o prazer de aprender. O ensinante entrega algo, mas para poder apropriar-se daquilo o aprendente necessita inventá-lo de novo. É uma experiência de alegria, que facilita ou perturba, conforme se posiciona o ensinante. Ensinantes são os pais, os irmãos, os tios, os avós e demais integrantes da família, como também os professores e os companheiros na escola.
É importante analisar, para tanto, do que a família exatamente se queixa quando procura um psicopedagogo. Ela pode vir ao consultório porque está exausta e precisa de ajuda, ou porque a escola pediu uma avaliação, ou ainda, porque a psicóloga quer uma visão psicopedagógica para traçar uma estratégia de abordagem junto à escola, ou ainda porque o neurologista mandou. Para cada demanda, lê-se uma necessidade diferente e uma possibilidade de envolvimento mais ou menos comprometida com a criança e seu desenvolvimento. É diferente se a queixa se concentra na preocupação dos pais com o futuro de seus filhos, ou se a queixa tem por interesse o bom andamento das avaliações escolares.Posto dessa forma interessa-nos não apenas se a criança sofre de um transtorno, um déficit ou uma síndrome, mas também quem são os ensinantes dessa criança. Esse dado será fundamental para traçarmos um plano de ação que se estenda à família, à escola e aos outros profissionais que podem estar envolvidos no processo.Os pontos em comumTem sido muito comum nos consultórios de psicopedagogia a queixa de pais que verdadeiramente desabam, denunciando estarem exaustos com a rotina estressante que seus filhos lhes impõem. Discorrem as várias estratégias já tentadas com o objetivo de atendê-los em suas necessidades e agitação, todas elas, na maioria das vezes, ineficazes. Os pais compreendem o que acontece com seus filhos e ficam perplexos diante do tumultuo que causam em suas famílias. À medida que se estabelece a anamnese, é comum os pais se referirem ao transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH).No entanto, junto com a demonstração de conhecimento do fato, aparece o discurso de que seus filhos são inteligentes, que quando lhes interessa prestam atenção, que eles aprendem só o que não é para aprender, que eles esquecem as matérias da escola, mas lembram com detalhes das regras de um game. Enfim, evidencia-se a dúvida em relação ao transtorno por entenderem que, se tivessem o transtorno (TDAH) teriam de ser menos inteligentes e menos competentes de forma geral.O mesmo acontece com os professores. Quando procurados para saber o motivo pelo qual encaminharam ou deram apoio para a procura de um diagnóstico psicopedagógico de determinado aluno, é comum revelarem que ficam na dúvida entre um transtorno de Déficit de Atenção e o perfil de preguiçoso. Muitos professores entendem o comportamento de uma criança agitada e dispersa como falta de vontade para estudar, para fazer as lições, terminar uma prova, etc. Quando tentamos tipificar o comportamento, os professores afirmam que quando eles desejam, fazem; que eles não param quietos, no entanto ficam horas e horas na frente do computador ou tocando um instrumento, não decoram a tabuada, mas sabem cantar uma música inteira. Alguns professores reclamam que esses alunos são terríveis, não param quietos e não respeitam regras e contratos disciplinares, porém sabem todas as regras do futebol. Percebem que a criança é inteligente para algumas coisas e muito ágil mentalmente para tudo que lhes interessa, menos para os estudos.Ouvindo tanto os pais quanto os profissionais da escola o que se percebe é o cansaço que essas crianças causam em seus pais e professores e a dúvida de como eles, sendo tão ágeis e inteligentes, não conseguem prestar atenção e desenvolver, com sucesso, atividades corriqueiras do dia-a-dia, que são propostas tanto pela família quanto pela escola, tais como arrumar o quarto, fazer as lições escolares, obedecer a regras combinadas, dentre outras. A incapacidade de prestar atenção ou de ficar quieto leva os adultos que convivem com essas crianças a considerá-las malandras e, freqüentemente, são rotuladas de irresponsáveis, malcriadas, endiabradas, avoadas, surdas e até mesmo, pouco inteligentes. O rol costuma ser de adjetivos pejorativos e, como resultado, os pais e educadores vivem conflitos entre sentirem-se impotentes diante da criança e a vontade de ajudá-los. Não percebem o esforço que essas crianças fazem para obter sucesso em suas tarefas e que se fazem coisas com aparente facilidade é porque estavam altamente estimulados para aquela investida.O Transtorno de Déficit de Atenção/HiperatividadeEsse transtorno tem por característica essencial “um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, mais freqüente e grave do que aquele tipicamente observado nos indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento”. (Manual de Transtornos Mentais – DSM)Quando a criança apresenta problemas de convívio social, de rendimento escolar, ou ambos, fica mais fácil identificá-los e encaminhá-la para atendimento. O diagnóstico é clínico e caracteriza-se por duas formas: predomínio do padrão hiperativo-impulsivo e tipo predominantemente desatento, embora possa haver o tipo combinado, que apresenta características dos dois grupos.Para ser considerado portadora de TDAH é preciso que a criança apresente os sintomas há mais de seis meses e que eles apareçam em situações diversas.[1] A criança predominantemente hiperativa-impulsiva apresenta inquietação, não parando sentada ou quieta - não se mantém sentada por muito tempo, cai da cadeira, se mexe mais do que o necessário, anda mais do que o necessário, fala excessivamente, não consegue esperar que o outro termine o que está falando, tem muita dificuldade em permanecer em silêncio, responde a perguntas antes que elas sejam formuladas completamente, age como se fosse “movida a motor” e tem dificuldade para esperar sua vez.A predominantemente desatenta tem dificuldade para prestar atenção, esquece coisas rotineiras ou deixa de fazer coisas importantes, parece não ouvir quando se fala com ela, tem dificuldade de organização e não enxerga detalhes. Freqüentemente perde objetos e não suporta atividades que requeiram esforço mental prolongado.Ambas podem, ainda, apresentar dificuldade para terminar uma tarefa, para respeitar limites e regras, para dormir e para relacionar-se. Algumas crianças não suportam frustrações e, por conseqüência, frustram-se muito; outras não avaliam o perigo, não aprendem com os erros do passado e são difíceis de agradar. Há, também, as que são agressivas, inflexíveis e com percepção sensorial baixa. Muitas crianças têm dificuldades com a aprendizagem e com as tarefas escolares.O diagnóstico: como avaliar?Para se chegar a um diagnóstico satisfatório, é necessário que a criança apresente pelo menos seis dos sintomas acima relacionados, em ambientes diferentes como casa, escola, clube, casa de parentes, etc., e que os sintomas tenham aparecido antes dos sete anos de idade.O encaminhamento para um neuropediatra é imprescindível para isolar outras possibilidades diagnósticas como depressão, ansiedade, conduta destrutiva, e outros diagnósticos. Paralelamente ao exame médico, busca-se entender as queixas da família e as queixas da escola. Algumas crianças já têm atendimento psicológico, outras necessitarão desse atendimento.Precisamos tipificar a dinâmica familiar da criança: a qualidade das relações parentais e filiais, o exercício da autoridade, a divisão de tarefas domésticas, a circulação do conhecimento, o lugar de cada um na família, assim como é imprescindível conhecer o seu contexto educacional: o colégio e a metodologia adotada por ele, as exigências acadêmicas, o tipo de atividades propostas pelos professores, como trabalham os conteúdos, o tempo destinado a cada aula, como lidam com a indisciplina e o tipo de avaliação de desempenho escolar.Como o TDAH é considerado um distúrbio biopsicossocial que atinge de 3% a 5% as crianças em idade escolar, e preferencialmente meninos, o seu conhecimento e a existência de um plano estratégico construído para cada criança é diferencial determinante no tratamento. Muitas famílias acreditam que, com a maturidade, o déficit desapareça e optam por aguardar “que essa fase passe”. No entanto, o mais comum é persistir a dúvida, apesar do diagnóstico quanto à forma mais eficaz de trabalhar com a criança, ou até mesmo, duvidar da veracidade das informações e dos sintomas listados, “Se estivesse interessado, lembraria....” ou ainda, “Isso para mim é pura irresponsabilidade...”O diagnóstico é clínico e não existem exames laboratoriais para detectar o déficit, portanto, é importantíssimo um conjunto de observadores atentos e criteriosos voltados ao objetivo de avaliar cada criança em suas especificidades.É ponto de concordância que avaliar é necessário para que possamos entender e atender com competência a criança com TDAH, no entanto, não é raro a escola ou a família receber o diagnóstico e não saber o que fazer com ele. Não basta termos o diagnóstico em mãos, é necessário avaliarmos a situação sob o ponto de vista biológico, social e acadêmico. É importante destacar que a TDAH tende a perdurar ao longo da vida, ou seja, ela pode ser controlada, mas os adolescentes e adultos também sofrem as suas manifestações, principalmente se não forem tratadas.No diagnóstico clínico, o neuropediatra dará as informações da situação orgânica da criança, mas geralmente a queixa aparece por uma necessidade escolar ou de relacionamento.Nessa perspectiva, a avaliação visa reorganizar a vida escolar e doméstica da criança e do adolescente e, somente neste foco ela deve ser encaminhada. Vale dizer que fica vazio o pedido de avaliação apenas para justificar um processo que está descomprometido com o aluno e com sua aprendizagem. “De fato, se pensarmos em termos bem objetivos, a avaliação nada mais é do que localizar necessidades e se comprometer com sua superação” (VASCONCELOS, 2002, p 83 ).Devemos ter muito cuidado ao avaliarmos uma criança, pois a hiperatividade está “em moda”. Todas as crianças agitadas são chamadas de hiperativas, o que, na grande maioria das vezes, não é verdade. A falta de limites e da presença de pais e professores educadores e disciplinadores pode vir a confundir e a rotular, inadequadamente, crianças e adolescentes que, de fato, não precisam de medicamentos, mas da presença de adultos comprometidos com sua formação e desenvolvimento.O insucesso escolarAs crianças com TDAH, em sua maioria, até sabem o que deveriam fazer, mas devido à inabilidade de controlarem-se, não agem como sabem que deveriam – agem antes de pensar! Vale dizer que elas sabem que deveriam prestar atenção na aula, mas não prestam, levantam-se apesar de saberem que não deveriam levantar.O TDAH não afeta a inteligência da criança, mas a sua aprendizagem. Na maioria dos casos, as crianças e adolescentes tem uma boa ou até meso excelente condição de aprendizagem, fato que se dissocia das produções escolares que chegam a ser medíocres, em muitas situações.Na escola, por exemplo, se é dado um exercício com uma seqüência de operações, muito possivelmente ela consiga fazer as duas primeiras e depois não veja as próximas, ou esqueça algum sinal. Na leitura de um enunciado, ao chegar ao final não lembra do que leu e afirma não ter entendido, ou ainda, esquece o que leu. Se for impulsiva, responde algo que lhe vem na mente naquele momento. Ao ler um livro, depois de ter lido umas dez páginas não sabe do que está tratando o livro. Em um teste escrito, poderá responder às questões da primeira página e entregar sem perceber que o teste continuava no verso da folha. Basta um cachorro latir lá fora para essa a criança ou adolescente perder a sua concentração. É o tipo de criança que, quando se dá conta, já fez o que prometeu não fazer, já perdeu a explicação que precisava tanto, já brigou, enfim...Em casa necessitam de ajuda para fazer as lições, têm suas coisas em desordem, não sabem o que é para fazer ou estudar, esquecem a agenda na escola, levantam-se para pegar um copo de água e não voltam para suas tarefas...Nesse cenário, o insucesso escolar fica vinculado à compreensão que se tem do papel da escola. Se entendermos que o papel da escola é construir conhecimento com “todos” os alunos, certamente os profissionais da escola procurarão formas de promover aprendizagens. A rigidez da escola pode gerar, além do fracasso escolar e do sentimento de incapacidade, uma situação emocional desfavorável à aprendizagem, gerando baixa auto-estima e desestimulando e dificultando, ainda mais, a aprendizagem da criança ou do adolescente. Não é raro um aprendiz apresentar-se dizendo: “Sou burro para os estudos.”Igualmente importante e, talvez até mais determinante, é a rigidez da família ao não aceitar seu filho como ele é e entender que cada um de nós tem suas dificuldades e pontos a serem superados. Respeitar e apoiar o aprendiz em seus propósitos de desenvolver-se é fundamental no caso das crianças hiperativas.Como intervir?Não basta termos um diagnóstico adequado e nem a escola propor-se a adequar estratégias metodológicas para que a criança ou o adolescente consigam aprender e se instrumentalizar academicamente.É importante reunir, para conversarem, os profissionais que atendem a criança, a família e os professores e coordenadores pedagógicos da escola que freqüenta, para que seja traçado, para cada caso, uma linha de ação em termos de responsabilidades da escola, da família e dos profissionais que lidam com a criança. O que deve permear essa reunião é a coerência entre as diferentes propostas e possibilidades concretas de se realizar o que se propõe.A escola assume o papel pedagógico do processo, no entanto, respaldada pelos profissionais que atendem a criança e validado pelos pais. Os pais montam estratégias domésticas, orientados pelos profissionais e validados pelos professores da escola. E os profissionais traçam objetivos que atendam às demandas dos pais e dos professores. Todos devem se reunir sistematicamente para avaliar a evolução e reprogramar estratégias.Para cada criança ou adolescente deve-se estabelecer uma estratégia diferente que esteja em consonância com os objetivos e queixas dos pais e professores. Para cada escola um tipo de atendimento e de trocas. Com isso queremos dizer que não existe receita e nem uma proposta de “comece por aqui”, mas uma forma de entender e atender a cada uma das crianças, individualmente.Entendemos como o mais importante, a disposição dos pais em modificar comportamentos e hábitos, ou seja, sair da queixa, entendendo que todos devem mudar juntos para continuarem sendo família. Também é primordial a escola abrir-se para esse “multidiálogo” até conseguir acertar uma forma de atingir a criança e motivá-la a trabalhar. Certamente que não se acerta de primeira, que é preciso persistir, conversar, tentar novamente, reavaliar e continuar estudando.Entendemos que o grande objetivo da escola e da educação é construir sujeitos aprendizes, autores de sua vida e resilientes para promoverem aprendizagens e enfrentarem suas dificuldades.Temos de nos reunir, em posturas de parceria de modo que todos se voltem ao ajustamento de procedimentos que viabilizem o desempenho acadêmico e social das crianças que apresentem dificuldades com sua aprendizagem. Entendo que uma família ou uma escola que tem uma criança ou adolescente com TDAH não tem um problema, mas uma situação para administrar. Porém, se não for encarada com seriedade, competência e sensibilidade, aí sim, pode vir a tornar-se um transtorno em suas vidas.Urge passar à ação, assumindo a idéia de que o desenvolvimento de capacidades de desenvolvimento no sentido de tornar as pessoas e as organizações mais resilientes é uma prioridade na formação do novo cidadão. Mais é um imperativo social e comunitário não só a nível local, mas também regional e global, planetário. O mundo está a ficar demasiado rígido e intolerante, autoritário, ditaturial, para defender os interesses egoístas de um número cada vez mais reduzidos de privilegiados face à grande maioria dos que vivem com dificuldades, desprotegidos, e, até, em extrema pobreza, miséria e outras formas de exclusão.(Tavares, 2001, p.63)É nesse quadro que proponho a avaliação psicopedagógica e o planejamento de uma intervenção multidisciplinar, pautada no compromisso de promover desenvolvimento, auto-estima e condições de maturidade emocional para resolver problemas e amadurecer o ser cognoscente.Referências


Bibliografia

FERNÁNDEZ, A O saber em jogo A psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre, Artmed, 2001.

Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais – DSM-IV-TR, da Associação Psiquiátrica Americana.

TAVARES, J. Resiliência e Educação. São Paulo: Cortez, 2001

VASCONCELLOS, C. Avaliação da aprendizagem: construindo uma práxis. In: Temas em educação - I Livro da Jornadas de 2002.

Futuro Eventos.[1] Fonte: site www.hiperatividade.com.br

10 dicas para você ser aprovado em provas e concursos públicos. Desenvolva a sua memória de longo prazo a favor do estudo.




10 dicas para você ser aprovado em provas e concursos públicos. Desenvolva a sua memória de longo prazo a favor do estudo.

1- Foque ativamente a atenção na matéria que você está estudando.
2- Estabeleça sessões regulares de estudo. Não se “empaturre” de conteúdos.
3- Estruture e organize a informação que você está estudando.
4- Use fórmulas mnemônicas.
5- Ensaie e treine a informação que você está estudando.
6- Relacione novas informações a temas que você já sabe.
7- Visualize conceitos para melhorar sua memória.
8- Ensine novos conceitos a outras pessoas.
9- Preste atenção redobrada a conteúdos mais difíceis.
10- Varie a sua rotina de estudo.

1- Focar ativamente a atenção no conteúdo que você que aprender é a dica. Assim, todas as informações importantes passam da sua memória de curto prazo para a de longo prazo. Procure locais sem agentes distratores.
2- As pesquisas mostram que o estudo através de algumas sessões te proporciona o tempo necessário que você vai precisar para processar adequadamente a informação. Alunos que estudam com regularidade a matéria, se lembram muito melhor dela o que os que estudam tudo em verdadeiras “maratonas”, em um só dia.
3- Os pesquisadores mostram que a informação é organizada em departamentos (clusters). Tente agrupar conceitos e termos similares e conteúdos que tenham relação entre si. Listar seus títulos também ajuda.
4- Irão te ajudar a lembrar informações ou segmentos específicos. Você pode associar um termo a ser lembrado com um item que você tenha familiaridade. Rima, música, anedota, imagem e novidades são algumas estratégias mnemônicas usadas com sucesso.
5- Para fixar a memória, você precisa decodificar o conteúdo do estudo dentro da sua memória de longo prazo. Os ensaios elaborados são a melhor maneira de você fazer isso. Assim: você lê a definição do termo-chave, estuda a definição do termo e depois leia uma descrição mais detalhada do significado do termo-chave. Após repetir esse processo algumas vezes, a sua memória vai ficar “tinindo”...
6- Quando você estiver estudando conteúdos não familiares, tire um tempo para pensar sobre como essa informação está relacionada a assuntos que você já conhece e sabe. Estabelecendo relações entre novas idéias e memórias previamente existentes, você pode aumentar dramaticamente a probabilidade de se lembrar de conteúdos recentemente estocados.
7- Preste atenção a fotos, esquemas, tabelas e gráficos no texto que você está estudando. Você pode criar as suas próprias visualizações mentais. Desenhe tabelas ou figuras nas margens de suas anotações e use canetas marca-textos de cores diferentes. Cada cor para um determinado conteúdo.
8- Ler textos em voz alta aumenta significativamente a memória para aquele conteúdo. Psicólogos e Educadores afirmam que ter alunos realmente gera o ensinamento de novos conceitos a outras pessoas e aumenta o entendimento e a memória. Pratique com amigos ou colegas de estudo.
9- Você já reparou como as vezes é bem mais fácil lembrar de informações que estão no início ou no final de um capítulo? Pesquisadores descobriram que a posição da informação pode fazer a diferença na memorização. É o que se chama de Efeito de posição em série. Enquanto se lembrar de conteúdos que estão no meio de um texto pode ser mais difícil, você pode superar esse problema através de ensaiar ou reestruturar essa parte mais difícil, fazendo com que ela se torne mais fácil de ser lembrada. Sempre que você se deparar com partes difíceis, devote um tempo extra para memorizar esse conteúdo.
10- Outra grande estratégia para alavancar a sua memória é mudar a sua rotina de estudo ocasionalmente. Mude o lugar de estudo, o período do dia, tente usar alguns minutos de cada manhã para fazer uma revisão da matéria que você estudou no dia anterior. Acrescentando uma novidade à sua sessão de estudo, você incrementa a eficácia de seu empenho de modo significativo, bem como a sua memória de longo prazo.
Torne-se um vencedor de seus próprios propósitos!
(de Learn how to learn).

Acesso de raiva. É possível evitar?

Acesso de raiva. É possível evitar?
O executivo procura uma pasta contendo documentos importantes, mas não a encontra. Consulta uma funcionária e ela explica que a secretária, recém-demitida, guardara em algum lugar, mas que ninguém sabe. Os documentos são importantes, porque significam a memória viva da firma, são, por isso mesmo, importantíssimos.Sem perceber a importância, a funcionária insiste em minimizar a situação, então o empresário acaba explodindo, sem conseguir conter a indignação, transformada, imediatamente em raiva.Afinal, quem nunca se sentiu no limite, a ponto de explodir por qualquer motivo? Nessa hora, o coração dispara.Mas o ideal, como em quase tudo na vida, é o equilíbrio. Segurando as rédeas de nossas emoções, nos tornamos mais intuitivos, sagazes. Passando a usar a sensibilidade a serviço do sucesso, fazendo dela uma arma poderosa. Em contrapartida, o excesso de tensão, típico dos temperamentos instáveis, bloqueia a capacidade de compreender, e dificulta a resolução dos problemas mais banais.Existe o contraponto ao temperamento do empresário que explode porque uma pasta com documentos importantes simplesmente sumiu. É o da funcionária, que não se contém e chora, enxugando as lágrimas com um único lenço encontrado no fundo da bolsa. Encosta a cabeça nas costas da poltrona da frente para não afogar as lágrimas nos ombros do colega ao lado. Tudo isso além da reprovação dos outros colegas, irritados com os suspiros e soluços.Tudo bem. Você seria insensível se não derramasse uma lágrima sequer assistindo ao filme. Mas chorar diante de um quadro, ao ouvir determinada música, com um anúncio de TV ou ao cruzar com aquele mendigo que corta seu caminho todas as manhãs, fazendo-a sentir-se culpada pelo resto do dia, mesmo que jamais dê uma esmola. Isso pode ser excessivo.“Coisa que antes eram consideradas de fontes de alegria, como casa, marido, filhos, amigos e trabalho, passam a ter um peso insuperável, lamenta a empresária Júnia, 36 anos, casada e que sofre de instabilidade afetiva (designação equivalente para a hipersensibilidade) há três anos. Ela conta que não consegue assistir a uma cena “mais forte” na televisão - e não está se referindo à guerra no Iraque - sem desabar. Uma situação “normal”para a maioria das pessoas pode representar um rio de lágrimas para Júlia: “Pareço uma criança, me sinto ridícula”.Para a psiquiatra e psicanalista Evelyn Vinocur, em linguagem científica, o mal de Júlia tem uma causa: labilidade afetiva. Ou seja, instabilidade afetiva, que se caracteriza por rápidas mudanças emocionais em questão de minutos, ou até segundos. Doença/ frescura? A fronteira entre os dois lados é sutil. Cada caso é singular. Mas sempre que houver prejuízo na qualidade de vida é preciso agir rápido.Uma das alternativas para se sentir melhor é surfar sobre as emoções como se surfa sobre as ondas. Relaxe, conte até 10, tente tomar consciência da confusão (angústia ou alegria) que a domina, e questione a gravidade da situação. Respire calmo e profundamente. Diga para si mesmo que você e quem detém as rédeas das próprias emoções, e não o contrário.Aquele que deveria ser o melhor aniversário de Larissa foi o mais lamentável. Na festa de seus 30 anos, ela causou um grande mal-estar. Mirian, sua melhor amiga, convidou, sem avisar, 20 antigos colegas de colégio, para que cantassem “Feliz Aniversário”. Os pobres coitados se transformaram em uma turma a ser evitada dali para a frente. Ficaram constrangidos com sua fuga intempestiva para o quarto. A surpresa desmoronou-a.Neste tipo de situação, as pessoas muito sensíveis são tomadas por uma “diarréia emocional”. A barragem que retinha as emoções é rompida e todo cuidado é pouco para evitar uma inundação.Marianna, de 18 anos, nunca suportou o novo. Era tomada por um sentimento de apreensão, taquicardia e enrubescimento sempre que era abordada por um rapaz nas festas. Isso também acontecia quando era submetida a uma avaliação, qualquer que fosse. “Tinha uma sensação de congelamento. Parecia que as pernas estavam congeladas, bem como a mente. Ficava boba, sem reação”, conta.Ela não conseguiu concluir o exame do vestibular. Passou mal antes de responder a todas as questões e acabou reprovada. A psiquiatra Evelyn Vinocur acredita que Marianna sofre de ansiedade social. Um transtorno que gera a sensação difusa e desagradável de apreensão que precede qualquer compromisso social novo ou desconhecido. “A pessoa tem a consciência dos sintomas físicos e percepção de estar nervosa diante de uma situação social. Tal sentimento é paralisante e fonte de intenso sofrimento”.Casada, feliz, dois filhos, toda vez que passa o domingo na casa dos pais, Andréa reage a qualquer observação deles aos gritos. A mãe arrisca uma opinião sobre a aparência das crianças, do tipo “elas não estão um pouco magras?” A resposta é uma torrente de desaforos. Ou seja diante de qualquer comentário irritante, seu grau de tolerância é zero, o que faz uma adolescente de 14 anos parecer mais adulta e equilibrada do que ela. É normal ficar irritada com os pais. A relação com eles parece um jogo de guerra: comenta algo, eles replicam, contra-atacam As emoções ficam ainda mais fortes se estiverem condicionadas a lembranças passadas. Em resumo, aos cinco ou 35 anos, as pessoas continuam a sonhar com os pais ideais e ficam irritadas quando não correspondem às suas expectativas. Mas é preciso crescer, perdoar...Mas o primeiro passo para resolver o problema é afastar a idealização. Não esperar nada. Em vez de chegar a casa deles com a esperança que tenham mudado, afirmar a si mesma que tudo vai começar, ainda e sempre. Não adianta tentar. Tente, sim, ter uma visão estratégica, que consiste em antecipar reações. Isto é fácil porque são sempre as mesmas. Use uma tática diferente; se eles dizem alguma coisa, faça um comentário gentil, capaz de desarmá-lo. Desarme-se também.Não confunda as situações descritas com as que ocorrem somente em períodos de ansiedade, depressão, inquietude, falta de sono e disfunção sexual, que fazem parte da vida de todo mundo. Quem, por exemplo, não passou por uma enorme dor-de-cotovelo ou teve vontade de sumir do mapa depois de uma discussão séria?Fatores como insatisfação no trabalho, brigas familiares, separação, dificuldades financeiras, alterações hormonais interferem no bem-estar.
Vários são os fatores em que a pessoa busca seus próprios recursos internos para manter o equilíbrio. Se você é uma delas, ótimo. Esse é o caminho. Mas se não consegue melhorar sozinho, não hesite em procurar um especialista. O diagnóstico preciso já representa um ganho de 50%, no tratamento, que pode ser através de psicoterapia, acupuntura, florais - para quem prefere alternativos.Só não pode é sofrer à toa. Ninguém merece, afinal.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

DEPRESSÃO, A TRISTE HISTÓRIA DE UMA DOENÇA COMUM

Depressão
A triste história de uma doença comum
Famosos depressivos
Ludwig Van Beethoven
(1770–1827)
A causa da depressão que atomentava o compositor alemão, um dos maiores gênios musicais da história, eram os problemas de surdez e os três amores impossíveis que cultivou na vida.
Abraham Lincoln(1809–1865)
O 16º presidente dos Estados Unidos se dizia "o homem mais infeliz existente". Entre as causas relacionadas à depressão de Lincoln, segundo seus biógrafos, estão a morte de sua mãe e o casamento conturbado com Mary Todd.
Santos-Dumont (1873–1932)
Estudiosos apontam a esclerose múltipla, doença que atingiu o pai da aviação por volta dos 30 anos, e o desgosto por ver sua máquina de sonhos transformada em instrumento de guerra, como os responsáveis pela profunda depressão que o levou a se suicidar. Enforcou-se com uma gravata, em 1932.
Winston Churchill(1874–1965)
O temperamento arrogante, impaciente e mal-humorado do primeiro-ministro britânico estava relacionado às suas freqüentes crises de depressão, apelidadas por ele de "cachorro negro", sempre em sua companhia. Alguns biógrafos relacionam sua depressão ao fato de não sentir-se amado pela família.
Kurt Cobain(1967–1994)
Em uma de suas últimas composições, o vocalista da banda de rock Nirvana, deixa bem claro sua intenção: " Eu me odeio e quero morrer". Em 1994, o músico suicidou-se com um tiro na boca. A pressão causada pelo sucesso repentino era uma de suas maiores aflições.
A freqüência com que a palavra "depressão" costuma ser utilizada como sinônimo de tristeza é um exemplo claro de como a busca da felicidade provoca confusão e mal-entendido – até quando se refere a situações opostas. Ficar chateado devido à morte de um parente ou amigo, à perda do emprego, ou simplesmente por que algo saiu errado é um estado emocional transitório e perfeitamente normal. Diferente, portanto, da depressão, doença caracterizada quando esses sentimentos negativos se tornam tão fortes e constantes que incapacitam o indivíduo para atividades cotidianas, como trabalho e estudo, e impedem os relacionamentos sociais e afetivos. A depressão tem componentes hereditários, mas também pode ser desencadeada por fatores psicossociais, como disfunções hormonais, ataque cardíaco, câncer e por alguns remédios.A depressão pode ser explicada por uma queda nos níveis de serotonina e dopamina no cérebro, neurotransmissores relacionados ao equilíbrio emocional. Dependendo da intensidade dessa diminuição, e dos tipos de neurotransmissores afetados, a doença se torna mais ou menos grave. O distúrbio pode se manifestar de diversas maneiras, mas são três os tipos mais comuns. A depressão maior combina sintomas como ansiedade, pessimismo, falta de energia para atividades cotidianas, diminuição do desejo sexual, fadiga, irritabilidade etc. Pode ocorrer somente uma vez ou repetir-se durante a vida. Uma variação mais leve é a distimia, também conhecida como doença do mau humor, já que os sintomas típicos são irritabilidade, desânimo e falta de sociabilidade. A forma menos freqüente de depressão é a desordem bipolar, também chamada de distúrbio maníaco-depressivo, que leva o indivíduo a flutuações de humor, rápidas ou graduais. A doença também pode desencadear distúrbios de sono e de apetite, perda da memória, dores de cabeça, problemas digestivos e, nos casos mais graves, até pensamentos suicidas. Considerado um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, a depressão atinge 121 milhões de pessoas de todos os sexos e em todas as faixas etárias – inclusive crianças pequenas. Desse total, menos de 25% têm acesso a tratamentos efetivos, com antidepressivos. Pior ainda: de acordo com o psiquiatra Ricardo Moreno, coordenador do Grupo de Doenças Afetivas do Hospital das Clínicas de São Paulo, a depressão não tem cura. Moreno apresenta algumas estatísticas nada animadoras. De 15% a 20% da população devem apresentar pelo menos um episódio de depressão durante a vida. Quem sofre a primeira ocorrência tem 50% de chance de reincidência. Após o segundo episódio, a probabilidade sobe para 70% e a partir do terceiro pula para 90%. "O que os remédios fazem é ajudar a controlar a duração desses episódios depressivos, que podem se prolongar de seis a oito meses se não forem tratados", afirma.
O avanço dos remédiosAté a década de 70, quando surgiram os primeiros antidepressivos, o único tratamento disponível contra o distúrbio era a psicoterapia. De acordo com os médicos, ela ajuda a reconhecer o início da doença e auxilia o indivíduo a lidar com os conflitos psicológicos resultantes. Mas, isoladamente, não consegue controlar a depressão. "O ideal é combinar os dois tipos de tratamento para obter um resultado melhor", recomenda a psiquiatra Maria Teresa Lourenço, diretora do departamento de psiquiatria do Hospital do Câncer de São Paulo, acostumada a lidar com doentes nesse estado.Os medicamentos existentes no mercado regulam os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro. Os mais antigos – os tricíclicos (como o Triptanol e o Tofranil) e os inibidores da monoaminoxidase (Parnate) – aumentam a oferta de serotonina e noradrenalina no cérebro, mas agem de maneira diferente. Os tricíclicos são as drogas mais eficazes contra depressão, embora causem muitos efeitos colaterais, como taquicardia, intestino preso, diminuição da libido, aumento de peso, sonolência e náuseas. Os inibidores da monoaminoxidase podem desencadear os mesmos problemas, mas em menor escala. São recomendados em casos especiais, pois exigem dieta específica, que exclui, por exemplo, enlatados e embutidos, além de não poderem ser utilizados com remédios para a gripe e anestésicos.Há também as drogas que agem somente sobre os níveis de serotonina – os inibidores seletivos da recaptação da serotonina –, cuja substância química mais conhecida é a fluoxetina, princípio ativo do campeão de vendas – o Prozac. Apesar de causar menos efeitos colaterais do que os remédios antigos – os principais são disfunção sexual, inchaço, náuseas, dor de cabeça e irritabilidade – esses antidepressivos estão sendo destronados por uma nova classe de remédios, chamados de "terceira geração". Eles também agem sobre os níveis de serotonina e noradrenalina, mas provocam menos efeitos colaterais.
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Arquivo Mundial da FelicidadeLaboratório do RisoRevista eletrônica Cérebro e MenteWorld Values Surveys
Para lerLaughter – A Scientific Investigation, Robert R. Provine. Viking. EUA. 2001O Sítio da Mente, Henrique Schüter Del Nero. Collegium Cognitio. São Paulo. 1997Felicidade, David Lykken. Ed. Objetiva. Rio. 1999The greatest gift that we possess, Alun Anderson. The World in 2002.The Economist (especial). dezembro de 2001.La Felicità, Amelia Beltramini. Focus. dezembro 2001.
Fotos: Beethoven, Lincoln e Churchill, AP

DEPRESSÃO PRECISA SER DIAGNOSTICADA PRECOCEMENTE

DEPRESSÃO
É importante ressaltarmos que os fatores psicossociais estressores contribuem para desestabilizar pessoas que aparentemente estão estáveis, mas só aparentemente, pois essa pessoa pode estar simplesmente na fase que chamamos de equilíbrio instável. Qualquer "sopro", a estrutura da pessoa se desmorona...
O meio ambiente exerce um poder muito grande sobre o emocional de pessoas em geral, sejam elas crianças, adolescentes ou adultos.
Jéssica é uma menininha de dois anos, que começou a apresentar problemas de comportamento após a sua mãe entrar em mais um quadro de depressão maior. Sua mãe passou a apresentar o que chamamos de anedonia, ou seja, falta de prazer nas coisas que antes gostava e com isso, outras pessoas da família passaram a tomar conta de Jéssica. Ao final de duas semanas, a menina passou a ficar birrenta, "mimada"e começou a fazer xixi na cama, coisa que ela já não mais fazia. O pai de Jéssica ficou muito aborrecido com a irmã de sua esposa, achando que ela estava fazendo todas as vontades da menina e que a sua mudança de comportamento estaria sendo causada porque a tia passou a fazer todas as vontades da criança, para suprir a falta da mãe. O clima dentro de casa piorou ainda mais as coisas, com a irritabilidade do pai, que passou a ser hostil e autoritário com a pequena criança, passando a impor castigos e a exigir da pequena criança atitudes de crianças mais velhas. Uma semana após isso, Jéssica passou a ficar apática e desinteressada das bonecas e dos brinquedos em geral. Perdeu o apetite e passou a ter o sono muito agitado. O pai ficou desesperado, e mandou que a tia da menina fosse embora, pois ele atribuía à ela, todo aquele estado "dengoso" da filha. Sem a tia, Jéssica passou a não falar mais, recusando-se a comer quase por completo. Choramingava o dia todo, vomitava, e ficou muito enfraquecida. Rejeitava o pai e recusou a chegar perto da mãe. Demonstrava pavou ao ver a mãe deitada no quarto escuro com uma venda nos olhos, por conta de enxaquecas severas que apresentava. Por fim, os avós da menina, desesperados com a situação da filha e da neta, foram conversar muito sério com o genro. Obrigaram-no a chamar um psiquiatra em casa para fazer uma consulta na filha, pois sabiam que muitos sintomas dela eram de DEPRESSÃO. O marido, muito a contragosto, não teve outro jeito a não ser permitir a presença do médico, apesar de continuar afirmando que tanto a mulher e a filha estavam fazendo "charminho" e querendo chamar atenção e que só estavam daquele jeito, porque não tinham a menor força de vontade de melhorar e que ele, no lugar delas, já estaria bom a muito tempo... Resumindo, o médico foi examinar a mãe de jéssica e constatou Transtorno Depressivo Maior grave com sintomas somáticos. E logo que começou a ouvir toda a história da família, viu que Jéssica estava também deprimida, pois sintomas de irritabilidade, birra e transtornos de somatização como a enurese e outros, são expressões comuns de crianças deprimidas. Fazendo um exame físico na menina, que tossia muito, pediu RX de pulmão que constatou pneumonia viral bilateral. Jéssica precisou ser internada, pois a sua imunidade caiu muito e precisou de muitos cuidados para ficar totalmente boa dos sintomas. Sua mãe iniciou tratamento antidepressivo e hoje, tres meses após, encontra-se assintomática e já conseguiu tomar a frente do tratamento da filha. Concluindo: É URGENTE A DIVULGAÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS PARA A SOCIEDADE, POIS SITUAÇÕES COMO ESSA, ACIMA DESCRITA, SAO MUITO FREQUENTES NA PRATICA MÉDICA DIÁRIA. Infelizmente, o pai se recusa participar da recuperação de Jéssica, por continuar achando que tudo aquilo foi devido a falta de umas boas palmadas... é mole??!!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

FOBIA SOCIAL E TRANSTORNO EVITATIVO DE PERSONALIDADE


COMO ELES COSTUMAM PENSAR?
“ A maioria das pessoas por vezes utilizam a evitação para aliviar a ansiedade ou prevenir o encontro com situações difíceis.”“ Nos pacientes com TEP, a evitação social é evidente, sendo menos óbvia a evitação emocional e cognitiva, quando então eles evitam pensar sobre coisas que os façam sentir-se desconfortáveis . ”“ Eles sentem uma intolerável tensão ao relacionarem-se com outras pessoas e a solidão torna-se um meio primário para evitá-la (Horney, 1945) . ”“ Sem motivo, eles sentem que os outros o ignoram, o menosprezam, não o levam à sério, não fazendo questão da sua companhia. Seu autodesprezo o torna profundamente inseguro nas relações com as pessoas .”HistóricoO termo “ personalidade evitativa ” foi usado pela primeira vez por Millon em 1969, que o descreveu como consistindo de um padrão de “desapego ativo”, representando “um temor e desconfiança dos outros”.DefiniçãoO TEP caracteriza-se por uma evitação comportamental, emocional e cognitiva generalizada e que é alimentada por pensamentos de autodepreciação, expectativas de rejeição interpessoal e uma forte crença de que emoções e pensamentos desagradáveis são intoleráveis. Tais pacientes apresentam várias crenças e/ou esquemas disfuncionais de longa duração e que interferem em seu funcionamento social de modo global.Diagnóstico DiferencialTranstorno Esquizóide de Personalidade, Fobia Social e Agorafobia. No primeiro, os pacientes se satisfazem com pouco ou nenhum envolvimento social e são indiferentes às críticas dos outros. Na Fobia, apesar de também temerem a humilhação e terem baixa confiança em suas habilidades sociais, eles não evitam relacionamentos íntimos, apenas determinadas circunstâncias sociais como falar ou comer em público, por exemplo. A evitação agorafóbica está ligada ao temor de estar em lugares abertos, longe de casa ou onde não recebam ajuda, caso algo ruim ocorra. Os pacientes com TEP frequentemente procuram tratamento médico por transtornos do Eixo I (transtornos psiquiátricos), como Transtorno de Ansiedade Generalizada, Fobia, Depressão, abuso de substâncias psicoativas, Transtornos do Sono etc. Transtornos Somatoformes e Dissociativos podem acompanhar o Transtorno Evitativo de Personalidade.CARACTERÍSTICAS§ As pessoas com TEP expressam desejo de afeição, aceitação e amizade, muito embora tenham poucos amigos e compartilhem de pouca intimidade com qualquer pessoa. Inclusive com o terapeuta, eles têm dificuldade para falar de tais assuntos. Apesar do desejo de relacionarem-se com pessoas, eles aprenderam ser melhor negar tais sentimentos e manterem um distanciamento interpessoal.§ Muitas vezes, a solidão e tristeza são mantidas pelo medo da rejeição, que inibe o início ou a manutenção de amizades.§ Tais pacientes se fecham e logo mudam de assunto caso o terapeuta insista em falar sobre assuntos que provoquem sentimentos desconfortáveis, geralmente oriundos de suas crenças falsas.§ Alguns pacientes não toleram ficar disfóricos, ou seja, de mau humor ou aborrecidos ou irritados, usando das mais variadas atividades (por vezes até adições) para melhorarem o humor.§ Mantém uma vigilância constante para que seus anseios por atenção não redundem em repetição da dor e angústia que experimentaram de encontros anteriores, só conseguindo protegerem-se pelo retraimento ativo.§ Estes pacientes têm uma necessidade extraordinária de estruturação e controle externos dos objetos, a ponto deles(objetos) tornarem-se perigosos. A saída é a evitação destes objetos.§ Tentativas de engajar estes pacientes em uma interação são encaradas como intrusão e trazem consigo uma ameaça de desorganização.§ALGUMAS CRENÇAS FALSAS§ “ Eu sou socialmente incapaz e indesejável”§ “ As outras pessoas são superiores a mim e me rejeitarão ou pensarão em mim de modo crítico, caso me conhecerem melhor “§ “ Eu não consigo lidar com emoções fortes”§ “ Ele vai achar que eu sou um fraco”§ “ Se eu ceder a estes sentimentos negativos, eles prosseguirão para sempre; se eu os ignorar, talvez as coisas melhorem um dia”A EVITAÇÃO SOCIALOS ESQUEMAS DISFUNCIONAISEles têm várias crenças ou esquemas disfuncionais que interferem no seu funcionamento social. Fazem suposições falsas para explicar pensamentos negativos. Quando crianças, podem ter tido uma pessoa significativa que era altamente crítica e rejeitadora para com eles, fazendo com que desenvolvessem certos esquemas patológicos, como:- “ Eu sou inadequado”- “ Eu sou defeituoso”- “ EU sou indesejável”- “ Eu sou diferente”- “ Eu não me enquadro”- “ As pessoas não se importam comigo”- “ As pessoas me rejeitarão”- “ Eu devo ser uma pessoa má para minha mãe/pai me tratar assim”- “ Eu devo ser diferente, por isso que não tenho amigos”- “Se meus pais não gostam de mim, quem gostará ?”- “Me acham burro, bonzinho, tolinho...”MEDO DA REJEIÇÃOPosteriormente, quando adultos, tais pacientes cometem o erro de supor que os outros reagirão com eles da mesma forma negativa que a pessoa significativa e crítica da infância. Continuamente, eles temem que os outros descubram que eles são deficientes e o rejeitem. Temem sentir-se disfóricos (irritados, agressivos) e acreditam não serem capazes de suportar tal sentimento. Por vezes, limitam severamente suas vidas para evitar a dor que esperam sentir quando alguém – a seu juízo – inevitavelmente os rejeitar.Eles interpretam a rejeição de uma forma muito pessoal e tanto mais dolorosa quanto mais eles virem as reações negativas como sendo justificadas. Por exemplo:- “ Ele me rejeitou porque sou inadequado”- “ Se ele pensa que não sou inteligente, então deve ser verdade”AUTOCRÍTICAEstes pacientes geralmente apresentam uma série de pensamentos autocríticos automáticos, tanto em situações sociais quanto à encontros futuros, que originam mal-estar e que nunca são questionados pelos pacientes por que eles julgam-se certos. Tais cognições negativas são típicas e originam-se de esquemas negativos, como:- “ Eu sou um chato”- “ Eu sou tolo”- “ Eu sou um fracasso”- “ Eu sou ridículo”- “ Eu não me enquadro”- “ Sou burro”Antes ou durante um encontro social, estes pacientes evitativos apresentam um fluxo de pensamentos automáticos negativos que prevê o que irá ocorrer :- “ Eu não tenho nada a dizer”- “ Eu vou fazer papel de idiota”- “ Ele não vai gostar de mim”- “ Ele vai me criticar”- “ Não vou ter de nada interessante pra falar”- “ não vou conseguir ser simpático”SUPOSIÇÕES SUBJACENTES SOBRE OS RELACIONAMENTOSOs esquemas dos pacientes evitativos também dão origem a suposições disfuncionais sobre os relacionamentos. Eles poderão acreditar que escondendo o que realmente acreditam ser, poderão enganar os outros daquilo que realmente acham que são:- “ Eu preciso apresentar uma fachada para que eles gostem de mim”- “ Se os outros me conhecessem realmente, não gostariam de mim”- “ É perigoso chegarem muito perto e verem quem eu realmente sou”- “ sou uma mentira, um fake”Quando fazem amizade, eles fazem suposições acerca daquilo que devem fazer para preservar a amizade. Poderão mudar de opinião para evitar o confronto, buscando sempre satisfazer o desejo do outro:- “ Eu preciso agradá-lo todo o tempo”- “ Ele só gostará de mim se eu fizer tudo o que ele quiser”- “ Eu não posso dizer não”- “ Se eu o desagradar, ele mudará toda a visão que tem de mim e vai me rejeitar”AVALIAÇÃO ERRÔNEA DAS REAÇÕES ALHEIASOs pacientes TEP têm dificuldade em avaliar as reações alheias. Podem interpretar erroneamente uma reação neutra ou positiva como sendo uma reação negativa. Podem buscar reações positivas de pessoas cujas opiniões são irrelevantes em suas vidas, como balconistas ou motoristas de ônibus. É vital que ninguém pense mal deles, devido à crença de que “se alguém me julgar negativamente, a crítica deve ser verdadeira” . É perigoso estarem em posição de serem avaliados porque as reações negativas ou até neutras de outras pessoas confirmam a crença de que são indesejáveis ou defeituosos. Eles não dispõem de critérios internos para julgarem-se a si mesmos, baseando-se unicamente em sua percepção do juízo dos outros.DESCONSIDERAÇÃO DE DADOS POSITIVOSMesmo diante de evidências indiscutíveis aos olhos dos outros de que são aceitos e estimados, os pacientes evitativos as desconsideram. Acreditam que enganaram a pessoa, que o julgamento dela é falho ou que ela não dispõe de informações adequadas para vê-los claramente:- “ Ele pensa que eu sou inteligente, mas eu o enganei”- “ Ele vai acabar descobrindo que eu de fato não sou muito legal”EVITAÇÃO COGNITIVA, COMPORTAMENTAL E EMOCIONALEles evitam pensar sobre certos assuntos que geram mal-estar e agem segundo maneiras que lhes permitam continuar com esta evitação, emergindo, assim, um padrão típico. Mesmo quando tomam consciência dos sentimentos disfóricos, podem ter ou não noção dos sentimentos que acompanham a emoção. Como a sua tolerância à disforia é muito baixa, eles fazem algo para distraírem-se e sentirem-se melhor.Assim, eles poderão interromper ou deixar de iniciar uma tarefa que planejaram realizar. Poderão pegar algo para ler, ligar a TV, ficar no computador, comer ou acender um cigarro, andar pela casa, etc. Ou seja, eles procuram uma distração para tirar os pensamentos desagradáveis da cabeça. Tal padrão de evitação cognitiva e comportamental, sendo reforçado por uma diminuição do mal-estar, por fim torna-se arraigado e automático.Pode acontecer que o paciente tenha alguma consciência de sua evitação social. Invariavelmente, eles se criticam em temos globais e estáveis:- “ Eu sou preguiçoso”- “ Eu sou renitente”Tais pronunciamentos reforçam as crenças sobre si mesmos quanto a serem inadequados ou defeituosos e os levam à desesperança. Eles não vêem que a evitação é a sua forma de enfrentar emoções incômodas. Em geral, eles não têm consciência de sua evitação cognitiva e comportamental, até que tal padrão lhes seja esclarecido.ATITUDES QUANTO A EXPERIMENTAR DISFORIAOs pacientes evitativos podem apresentar atitudes disfuncionais quanto a experimentar emoções disfóricas ou seja, que gerem desconforto interno:- “ É insuportável sentir-se mal”- “ Eu não deveria ter ficado ansioso”- “ Eu deveria sentir-me sempre bem”- “ As outras pessoas raramente sentem medo, embaraço ou mal-estar”Estes pacientes acreditam que se permitissem a si mesmos sentirem-se disfóricos, seriam engolfados pelo sentimento incômodo e jamais seriam capazes de se recuperar. Temem a emoção avassaladora que esperam sentir no caso de perderem o controle e temem ser subjugados pela disforia e permanecerem sempre nela :- “ Se eu deixar meus pensamentos extravasarem, serei esmagado”- “ Se eu ficar ansioso, vou ao fundo do poço”- “ Se eu me abater, perderei o controle e não serei mais capaz de funcionar”DESCULPAS E RACIONALIZAÇÕESOs pacientes evitativos têm um forte desejo de atingir seu objetivo a longo prazo, de estabelecer relacionamentos mais íntimos. Sentem-se vazios e solitários e desejam modificar suas vidas, ter amizades mais íntimas, emprego melhor, etc.Eles geralmente tomam consciência daquilo que precisam fazer para realizar seus desejos mas o custo a curto prazo de experimentar emoções negativas parece-lhes excessivamente elevado. Eles elaboram milhões de desculpas para não fazerem o necessário para atingir seus objetivos:- “ Eu não vou gostar de fazer aquilo”- “ Eu vou me sentir pior se fizer aquilo”- “ Eu vou fazer isso mais tarde”- “ Não estou com vontade de fazer isso agora”Quando vem o “mais tarde” ou o “ depois”, eles invariavelmente usam as mesmas desculpas, continuando com a evitação comportamental. Além disso, eles podem não acreditar que são realmente capazes de atingir seus objetivos. Eles fazem suposições:- “ Não há nada que eu possa fazer para mudar a minha situação”- “ Por que tentar?”- “ Eu não vou conseguir, de qualquer jeito”- “ É melhor perder por desistência do que tentar e inevitavelmente perder”PENSAMENTO DESEJOSOOs pacientes evitativos podem envolver-se em um pensamento desejoso relativo ao seu futuro. Podem acreditar que, algum dia, o relacionamento ou o emprego perfeito surgirá do nada, sem esforço de sua parte. Frequentemente, eles não acreditam que serão capazes de atingir seus objetivos mediante seus próprios esforços:- “ Um dia eu vou acordar e tudo estará bem”- “ Eu não consigo melhorar de vida sozinho”- “ As coisas podem melhorar mas não vai ser por algo que eu faça”SUMÁRIOOs pacientes evitativos mantém profundas crenças negativas a respeito de si mesmos, provavelmente originárias da infância, quando as interações com uma pessoa significativa, rejeitadora e crítica os levou a ver a si mesmos como inadequados e inúteis. Socialmente, eles evitam situações onde as outras pessoas poderiam aproximar-se e descobrir seu “verdadeiro eu”. Comportamentalmente, evitam tarefas que engendrariam pensamentos que os fizessem sentir desconforto. Cognitivamente, evitam pensar sobre assuntos que produzam disforia. Sua tolerância ao desconforto é muito baixa e eles valem-se de “doses” de distração sempre que começam a sentir-se ansiosos, tristes ou entediados. Eles são infelizes com seu atual estado mas sentem-se incapazes de mudar mediante seus próprios esforços.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O MEDO - é bom saber lidar com ele, senão pode levar à ansiedade ou depressão


O medo é um sentimento de estado de alerta demonstrado pelo receio de se fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisica quanto psicologicamente. O medo é o estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência. Medo é uma informação de que há risco, ameaça ou perigo direto para o próprio ser ou para interesses correlatos.
Mas em princípio, lutar pode ser uma reação positiva. Isso não quer dizer que fugir seja uma reação negativa. Tudo depende da situação. A cada situação nova e inesperada, que represente um perigo, surge o medo. E diante de uma situação de perigo, só nos restam duas alternativas: lutar ou fugir. É preciso reconhecer os próprios limites, por exemplo, sabemos que não reagir a um assalto é o melhor, pois reagir pode provocar conseqüências piores do que nada fazer.
O medo, até certo ponto, portanto, nos é útil, pois é justamente devido a ele que nós nos cuidamos, evitamos lugares perigosos, enfim, prolongamos a nossa existência. Assim, sabemos que o medo é uma reação protetora e saudável do ser humano. O medo "normal" vem de estímulos reais de ameaça à vida. O medo deve estar dentro do nosso controle, para que ele não nos paralise nem nos deixe apavorados, o que poderia fazer com que muitos de nós nos colocássemos em situações de maior risco ainda.
Com medo, devemos respirar fundo, devagar, sem perdermos a capacidade de raciocinar. Jamais podemos nos desesperar. Não podemos deixar de pensar racionalmente. Precisamos acreditar na nossa capacidade de julgamento e crítica, para que – mesmo com medo – enfrentemos o nosso dia a dia, sem deixar que o medo torne-se patológico, passando assim a prejudicar a nossa cognição e a nossa qualidade de vida enquanto prejudica enormemente a nossa auto-confiança e auto-estima.
Depreendemos, então, que em princípio, lutar pode ser uma reação positiva. Isso não quer dizer que fugir seja uma reação negativa. Tudo depende da situação. Quando há uma situação de ameaça real a sua vida, o medo não é uma reação patológica, mas sim de proteção e autopreservação. Situações reais de perigo exigem discernimento, mas o medo irracional, sem causa real, deve ser enfrentado.
É preciso lembrar que nosso inconsciente não diferencia fantasia de realidade. Se ficar pensando em todas as vezes que não conseguiu, ou ainda, que não vai dar certo mesmo, que nem adianta começar, baseando-se nas experiências anteriores negativas, sua mente irá reagir de acordo com esse pensamento, pois o medo nasce da associação que nossa mente estabelece com experiências ameaçadoras que ocorreram, sem discernir que não irão ocorrer mais. Sua mente não sabe distinguir o que é passado e presente. Realidade e fantasia. E se esse seu pensamento continua presente, sua mente irá acreditar nisso como real.

Como surge o medo?
Além dos perigos iminentes e reais, nossos temores podem ter aparecido de associações que fazemos ao longo da vida. Por exemplo, uma criança que teve sua casa destruída durante uma tempestade pode sentir-se ameaçada por uma tragédia toda vez que chover intensamente. Querendo ou não, sua mente fará essa relação. Ou ainda, pessoas que passaram por muitas privações quando crianças. Que não tinham o que comer, ou que tinham que "brigar" pela comida com irmãos, podem desenvolver uma tendência a comer exageradamente, como se sentissem, ainda que inconscientemente, medo de passarem fome novamente. Ou para buscarem compensar aquilo que não tiveram.
Isso pode ocorrer. Nossa mente inconsciente é atemporal: não tem passado, futuro. É como se tudo estivesse sendo vivenciado no momento presente. Não há discernimento do que aconteceu, já foi e o que está ocorrendo, misturando assim passado e presente. O medo de que não vai conseguir é muito comum e acaba interferindo diretamente na auto-estima e amor-próprio, além da autoconfiança. Uma pessoa que não age por medo de não conseguir, não acredita em sua capacidade e, assim, está perdendo também a oportunidade de conseguir e de reverter todo esse quadro.
Pode ainda haver o medo de aumentar mais o peso e assim ter problemas de saúde, sobrecarregar os órgãos, medo por motivos concretos e que podem estimular muitos a mudarem seus hábitos em busca de uma melhor qualidade de vida. Se você consegue ao menos pensar que pode enfrentar a situação, já é um progresso. Mas, e quando nada conseguimos fazer a não ser sentir medo? O diferencial mesmo é o que cada um busca e quer para si e sua vida.
Quando alguém diz que não consegue, que vai desistir porque sabe que não irá conseguir, geralmente são pessoas que estão com a auto-estima muito baixa e amando-se muito pouco. Ou não se sentem capazes de cuidar de si mesmas. Querem fórmulas mágicas, resultados imediatos. Querem o impossível, assim fica mais fácil justificarem para si mesmas que irão desistir por medo.
Procure descobrir o que o medo simboliza para você. O que ele representa. Acontece com o medo o mesmo que com outros sentimentos: quanto mais o negamos, mais poderoso ele se torna. Explore seu medo, descubra o que está por trás dele. Se tiver dificuldade em fazer isso, busque ajuda profissional. A pessoa mais prejudicada nesse processo todo é você mesma. Por isso, arregace as mangas e trabalhe contra tudo isso, sem pensar em desistir. Afinal, ou o medo te controla ou você controla ele.

Qual você prefere?


Veja só que citações interessante que existem no mundo sobre o medo:


"Tenho mais medo da mediocridade que da morte".
Bob Fosse
"Evitar a felicidade com medo que ela acabe é o melhor meio de ser infeliz. Coragem é r esistência ao medo, domínio do medo, e não ausência do medo".

Mark Twain
"Só erra quem produz. Mas, só produz quem não tem medo de errar. As massas humanas mais perigosas são aquelas em cujas veias foi injetado o veneno do medo. Do medo da mudança".
Octavio Paz
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz".
Platão
" Não é que eu tenha medo da morte. Eu apenas não quero estar lá quando isso acontecer".
Woody Allen
"O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não. O medo é a maior das doenças, porque paralisa o corpo e a mente. Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas, nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite".
Clarice Lispector
"A vida é maravilhosa se não se tem medo dela".
Charles Chaplin
" ...mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo".
Luis Fernando Verissimo
"O medo me fascina".
Senna, piloto Fórmula 1, em 1991
"O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo, outras - acho que estou entre elas - aprendem a conviver com ele e o encaram não como uma coisa negativa, mas como um sentimento de autopreservação".
Senna, em junho 1991
"(Quando foi perguntado se tinha medo da morte) Da morte, nunca tive medo. O que não quero é ficar aleijado. Disso sim, tenho um medo que me pelo".
Nelson Piquet, piloto de Fórma 1
"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar".
Shakespeare
"À medida que nos libertamos de nossos medos, nossa presença automaticamente liberta outros".
Harriet Rubin, em A Princesa - Maquiavel para Mulheres
"Você ganha forças, coragem e confiança, a cada experiência em que você enfrenta o medo. Você tem que fazer exatamente aquilo que acha que não consegue.
Eleanor Roosevelt
"Não tenho medo das tempestades porque sei como guiar meu navio".
Luisa May Alcott
"Quando patinamos no gelo fino nossa segurança está na velocidade".
Ralph Waldo Emerson
"No fundo sabemos que o outro lado de todo o medo é a liberdade".
Marilyn Ferguson
"Guarde seus medos para você mesmo, mas partilhe sua inspiração com todos".
Robert Louis Stevenson
"Não tenho medo do amanhã porque já vi o passado e amo o dia de hoje".
William Allen White
"De todas as paixões, o medo é aquela que mais debilita o bom senso".
Jean Retz

TDAH nos dias de hoje


Hoje em dia, mais do que nunca, temos que prestar muita atenção nas mulheres afobadas, destrambelhadas, ansiosas ou depressivas. Elas podem nos parecer desatentas ou à mil por hora. E muitas vezes, só na hora de colhermos uma história detalhada dela, é que vamos definir o que é a agitação da contemporaneidade da inquietude do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade...São tantos os fatores “estressores” nos dias de hoje, que eu poderia ficar aqui descrevendo-os pela madrugada afora...Estamos vivendo atualmente a Moderna Era do Estresse, onde observamos que cada vez mais, estamos abarrotados de obrigações, responsabilidades e agendas lotadas. A competição no mercado de trabalho está cada vez mais acirrada, com necessidade de termos mais de uma especialização na nossa profissão, com os ‘pós’..., os MBAs, mestrados, doutorados, pós-doutorados, etc., numa corrida obsessiva contra o tempo e pela garantia de permanecer no emprego e ou de arrumar um.Hoje, o profissional precisa se superar a cada dia, batendo seu próprio recorde, uma vez que temos um aumento substancial de empregos “sem carteira assinada”, ou chamados “PJs”, como dizemos, que, tal como os autônomos e os free-lancers, muitos deles só conseguirão algum trabalho no ramo da terceirização de serviços, e, é claro, onde a seleção natural é evidente, bem objetiva e pragmática: só os melhores e os “mais feras” conseguirão a melhor vaga e o melhor salário no mercado de trabalho atual.As mulheres, hoje tão liberais, modernas e ‘super-poderosas’ (embora muitas delas estejam ficando hiper-esgotadas), estão tendo que se desdobrar em “DEZ”, caso queiram manter o status e queiram ter a sua própria casa, carro, marido (muitas preferem produção independente), filho(s), empregada (ou faxineira), cachorrinho, dinheiro para viajar ou para cuidar do corpo ou da pele, etc., (a lista aqui pode ser quase interminável...) pois nestes casos as ‘super-poderosas’ precisam começar o dia bem cedo, tipo 5 ou 6 da manhã, para irem à academia (é “chic” e faz bem à saúde), é claro, para depois deixarem o filhote na escola e saírem correndo para o trabalho.No almoço, os ‘fast-food’ mesmo para umas ou o básico ‘salada verde com franguinho grelhado’ para as “mulheres-diets” ou “muheres-zero” (dos recém- lançados refrigerantes zero calorias), como dizemos hoje, sim, tudo às pressas, para poderem chegar ao trabalho na hora certa, sem terem que compensar... algumas mulheres ainda farão suas ‘pós’ depois do trabalho, outras irão para casa terminar os serviços não acabados e verem se os filhos fizeram os deveres, etc.Também não é nenhuma novidade que as relações afetivas homem-mulher estejam cada dia mais ‘apoucadas’, mais frouxas, sei lá, todo mundo (eles e elas) vive reclamando, estão quase sempre descontentes, decepcionados, com sentimento de vazio, de solidão, solidão a um, a dois, a três, sentimentos de impotência, medo do futuro, etc....No que tange aos homens, a vida também não está nada fácil. Ou eles têm a obrigação de manter casa, filho(s), mulher, o que já não é pouco, como muitos deles (e delas também) ainda têm que arcar com o ônus do(s) filho(s) do(s) casamento(s) anterior/es... como dizem eles/elas: - “... assim fica difícil, haja salário que cubra os nossos gastos!”Observamos também que, talvez até por falta de tempo ou pelos tantos problemas compartilhados em casa pelos casais, o que obviamente desgasta qualquer relação conjugal, que homens e mulheres têm se queixado cada vez mais de falta de interesse e de libido por parte da(o) parceira(o), de sentimentos de estarem sobrecarregados(as), sentindo falta de carinho, atenção, reconhecimento, gerando um distanciamento do casal. Fato é que, seja em nome dessa “frustração”, digamos assim, ou por qualquer outro motivo, muitos querem se distrair fora de casa, não raro saindo depois do trabalho para bate-papos com amigos em barezinhos, tudo regado a petiscos e muito chopp, enquanto outros confessam que precisam de relacionamentos extra-conjugais, entre outros, para se confortarem um pouco. Fator também de suma importância para a gênese do estresse é o empobrecimento visível da nossa classe média, que trabalha cada ano mais e vê seu padrão de vida descendo cada vez mais, por mais que eles trabalhem mais e mais, a cada ano... “-... é um buraco sem fundo...”Por fim, porém não menos importante, o fato de estarmos vivendo hoje num país violento, sem lei - tal qual filhos órfãos sem pai nem mãe, num mundo sem chão, sem limites, sem regras, sem coerência, sem justiça - tem gerado na sociedade como um todo um sentimento desconfortável de desamparo, descrença e angústia diante do futuro.E, só para terminar, possivelmente como conseqüência de tudo o que foi dito acima, muitos de nós (sobre)vivemos sob um grau importante de estresse, o que ainda nos obriga a reservar uma fração mensal do nosso salário para os nossos “lexs”(lexotans) da vida, ah sim, porque, convivendo diariamente com tamanho estresse, haja organismo que agüente firme sem titubear ...Solução?Sim, tem. Sempre terá. Não há problemas sem solução! Precisamos afinar a nossa confiança e estima e acreditarmos no nosso potencial criativo diante do novo e das dificuldades e assim, prontamente desengavetarmos o nosso bom humor e as nossas ferramentas internas para boas mudanças, enfrentando as adversidades do dia-a-dia, não procrastinando, ou seja, não deixando para amanhã o que se pode fazer hoje, não tentando ultrapassar os próprios limites, não nos comparar com as outras pessoas, enfim, não podemos perder a capacidade de “ver globalmente” – pois não há nada no mundo que não seja passageiro – nem nada no mundo que não tenha o seu lado bom. É só procurar. E quem procura, acha.Evelyn Vinocur, 07 de fevereiro de 2009.Psiquiatra e Psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental.